Limeira Mil Grau

Obra feita por IA causa polêmica após vencer concurso de arte

Desenho criado totalmente por uma inteligência artificial ganhou o primeiro lugar em um concurso de artes

Por: metrópoles

Qual a natureza da arte? O que significa ser um artista? Estes foram dois entre muitos questionamentos feitos nas redes sociais depois de um desenho criado totalmente por uma inteligência artificial ganhar o primeiro lugar em um concurso de artes. A premiação causou uma intensa discussão na internet.

O criador, o designer Jason Allen, foi o vencedor da competição de belas-artes da Feira Estadual do Colorado, nos Estados Unidos. Ele anunciou a vitória em um servidor no aplicativo Discord com alguns prints de tela com fotos do quadro, intitulado Théâtre D’opéra Spatial.

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O criador, o designer Jason Allen, foi o vencedor da competição de belas-artes da Feira Estadual do Colorado, nos Estados UnidoReprodução

A Web 3.0 faz uso da inteligência artificialWestend61/Getty Images

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Tara Winstead/Pexels

Inteligencia ArtificialHitesh Choudhary/Unsplash

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Curso ensina a usar inteligência emocional e artificial na modaPhoto by Ilya Pavlov on Unsplash

Markus Spiske/Pexels

O criador, o designer Jason Allen, foi o vencedor da competição de belas-artes da Feira Estadual do Colorado, nos Estados UnidoReprodução

O site oficial aponta que Allen ganhou na categoria “fotografia digitalmente manipulada”, superando 20 outros artistas. Ele ganhou uma medalha e um prêmio de US$ 300 (aproximadamente R$ 1,6 mil).

A peça reúne um estilo de pintura clássico, como se usasse técnicas da época renascentista, e imagens futurísticas com uma “pegada” barroca. O retrato mostra três figuras de mulheres, vestidas com mantos esvoaçantes, olhando para um fundo totalmente iluminado.

Segundo Jason Allen, a peça foi criada a partir de um programa on-line chamado Midjourney. O software é capaz de gerar fotografias e desenhos realistas somente com um texto descritivo.

Foram mais de 900 tentativas para chegar ao resultado, segundo Allen, que também produziu inteiramente o roteiro, o qual foi reescrito diversas vezes, até a IA interpretar o resultado corretamente.

Foi preciso ainda uma edição manual que, obviamente, envolveu intensa participação humana para a criação.

Críticas e receios

As críticas são pelo fato de a tela não ter sido elaborada com os dotes intelectuais de uma pessoa: toda obra exige tempo de planejamento na escolha dos elementos visuais, definição do estilo de pintura, seleção de matérias-primas. Robôs podem processar tudo isso e ainda apresentar o resultado em um ou dois segundos.

Houve acusações de “plágio automatizado”, porque a cena retratada pela IA se baseia em milhões de peças de arte que são reproduzidas em massa. Também alimentou medos mais profundos: de dizimar o trabalho criativo das pessoas, borrar os limites da realidade ou sufocar a arte humana.

No celeiro das discórdias, o Twitter, há quem fale que é chegado o fim da arte humana. Isso porque a disputa entre máquinas e humanos seria inútil para o segundo grupo. “As IAs chegarão a um nível de perfeccionismo inalcançável pelas pessoas”, afirmou um usuário da rede.

Convivência entre robôs e humanos na arte?

Outros defendem que é possível a convivência entre os dois tipos de arte. Defende-se que a arte criada por pessoas deve seguir em um nicho específico, diferente dos trabalhos gerados artificialmente. “Não existe problema de robôs criarem quadros e pinturas, desde que isso esteja explícito’, defendeu outro.

Ao The Wasshington Post, Allen disse que sua obra de arte mostra que as pessoas precisam “superar sua negação e medo” de uma tecnologia que poderia capacitar novas invenções e remodelar nosso mundo. A IA, disse ele, “é uma ferramenta, assim como o pincel é uma ferramenta. Sem a pessoa, não há força criativa.”

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