Limeira Mil Grau

O que achei de “Mufasa – O Rei Leão”

Lançado no Brasil no dia 19 de dezembro de 2024, “Mufasa – O Rei Leão” traz um lindo prelúdio a uma das histórias mais lindas da história do cinema.

Sabe aquela curiosidade que você sempre teve em descobrir a origem de um clássico dos cinemas e o que levou cada personagem a adotar determinadas atitudes? Pois “Mufasa – O Rei Leão” apresenta exatamente este propósito e o cumpre com maestria.

O longa, lançado nos cinemas pela disney no final do ano, passado mostra Mufasa, um filhote órfão, perdido e sozinho, que conhece um simpático leão chamado Taka, herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.

O visual do filme é realmente muito admirável e soube captar várias nuances do realismo animal.

A direção é de Barry Jenkins e o roteiro é feito por Jeff Nathanson, sendo que o filme mantém o formato adotado em 2019 no primeiro live-action da franquia, ao focar no realismo de paisagens e rotina dos animais, como uma caça de leões, o andar de uma girafa ou o vôo de um pássaro. Nesta segunda obra cinematográfica, este realismo é melhorado e apresenta mais expressões faciais no rosto de cada personagem, algo que foi duramente criticado na primeira história. Entendo e compreendo totalmente as cornetadas de quem não curtiu o primeiro “Rei Leão”, justamente pela falta de expressividade da animação computadorizada, mas ao mesmo tempo reconheço que há uma melhora neste quesito e gosto da forma como ambos os visuais (do primeiro e do segundo longa) são apresentados, nos colocando em um mergulho naquele universo.

Inclusive, a dublagem também está muito boa e conta com vozes incríveis brasileiras, como Pedro Caetano, Lorenzo Tarantelli, Hipólyto, Cauê Enzo, Iza, Morena Machado, dentre outras.

O início deste filme não é muito feliz e traz algumas ações e cenas que facilmente foram feitas exclusivamente para o formato 3D e que na versão normal (a que eu assisti) não funcionaram muito bem. Porém, a partir do momento em que Mufasa se perde e conhece Taka (depois dos dez primeiros minutos), o roteiro ganha um novo ritmo e consegue apresentar um fôlego incrível, que prende a atenção de quem assiste, sem piscar.

Há várias cenas de tensão e gosto da forma como é construída a relação, inicialmente de grande afeto e amizade, entre Mufasa e Taka e a explicação para o surgimento da rivalidade me pareceu bem convincente, pois vamos imergindo no estudo comportamental e sentimental e entendemos as razões de ambos os lados, apesar de não necessariamente concordar com todos.

A transformação de Taka para Scar é outro ponto a ser realçado, pois traz um fator nostálgico e ao mesmo tempo inédito para o público, que tem sua mente organizada ao explicar algumas pontas soltas da clássica animação, sendo que a partir deste filme, tudo passar a fazer mais sentido. Também gosto demais da participação mais intensa de Rafiki, um dos personagens mais cativantes de todos e que apresenta a mistura ideal de comédia com emoção!

Só o fato de uma equipe imensa de produtores, artistas e cineastas querer apresentar uma história 100% inédita de um universo apaixonante pelo mundo todo, é algo para se valorizar e se reconhecer! Claro que há várias referências, inclusive para o segundo filme da animação (“O Reino de Simba”), pois a história de Musafa é contada por Rafiki para Kiara, a filha de Simba, mas isso não deve ser um demérito. Muito pelo contrário, torna a experiência de assistir muito mais mágica.

Porém, não tem como não reconhecer o que não funcionou neste longa-metragem, principalmente no que se diz respeito às músicas escolhidas. Claro que seria praticamente impossível superar as clássicas músicas, como “Ciclo Sem Fim”, “Nesta Noite O Amor Chegou” e “Hakuna Matata”, mas mesmo assim, acredito que a toalha não deveria ter sido jogada de uma forma tão fácil, pois as canções realmente não funcionaram nada bem, e se mostraram muito simplistas e até subestimam a capacidade do público de se interessar com melodias e letras melhor inseridas na história.

Apesar disso, o saldo final para mim é muito positivo, sendo que os últimos 30 minutos encerram perfeitamente a história e servem como uma coroação de um filme muito bem feito. Destaco inclusive uma das últimas cenas, que mostra um reencontro emocionante e que pode nos tirar algumas lágrimas, só não darei mais detalhes para o spoiler não estragar a surpresa.

Se fosse para dar uma nota, dou a nota 9.0 para “Mufasa- O Rei Leão”, que tem um ótimo roteiro, cenas de prender a respiração, um visual lindíssimo e um enorme potencial para ampliar as plateias para um universo lindo, carregado de afeto e amor, que te envolve até o último segundo. Enfim, se você está em dúvida se deve ou não ir aos cinemas para ver acompanhar este filme, digo: apenas vá, pois com certeza arrependimento você não sentirá e terá a oportunidade de acompanhar a construção de uma amizade e ao mesmo tempo de uma rivalidade, com vários sentimentos envolvidos. Enfim, um filmaço, uma obra-prima!

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