Limeira Mil Grau

Um registro histórico da música brasileira

Lançado no final do mês passado nas principais plataformas digitais, o álbum da turnê de Caetano e Bethânia mostra a força e o poder que a música tem de atravessar gerações.

No dia 26 de maio de 2025, há cerca de três semanas, Caetano Veloso e Maria Bethânia surpreenderam os fãs de MPB e lançaram nas plataformas digitais o álbum que traz o registro completo da turnê que em 2024 e no início de 2025. Desde 1976 que os irmãos não faziam uma série de shows juntos, ainda mais com essa magnitude, e passados 46 anos, ambos estão ainda mais inspirados, como vinho, e mostram o quanto que ainda podem nos emocionar.

O álbum já começa com o primeiro clássico de Caetano, “Alegria, Alegria” e quando ambos entram no palco, já se percebe a reação intensa do público, que presenciou diante de seus olhos um espetáculo histórico e que certamente nunca esquecerá. A turnê teve início em agosto de 2024, no Rio de Janeiro e também passou por São Paulo, Belém, Recife, Brasília, entre outras localidades do país.

São 33 faixas no total, ou seja, o show na íntegra, e a qualidade de gravação está realmente incrível, todos os instrumentos podem ser escutados de forma limpa e harmônica e para além da qualidade técnica de gravação em si, vale ressaltar e reconhecer a imensa qualidade da banda que acompanha os artistas durante o show. Os arranjos ficaram muito bons, pois além de terem sido atualizados, esta nova roupagem soube preservar a identidade clássica de cada canção e ao mesmo tempo, nada ficou com a sensação de mais do mesmo, muito menos cansativos.

Além disso, a ordem/roteiro do show tornou a experiência de escutá-lo ainda mais agradável, pois há um equilíbrio entre canções cantadas em duetos, outras apresentadas só por Caetano e outras só por Bethânia, sendo que há certos momentos/blocos no repertório onde aparecem uma pedrada atrás da outra. O início com “Alegria, Alegria”, “Os Mais Doces Bárbaros”, “Gente” e “Oração Ao Tempo” é fabuloso e além da interpretação magistral de Caê, Bethânia está ainda mais solta e com um vocal surreal.

Outros destaques que gostaria de ressaltar do álbum: “Eu e a Água”, “Tropicália”, “Marginália II”, “Um Índio”, “Leãozinho”, “Você Não Me Ensinou a Te Esquecer”, “Deus Cuida de Mim”, “Brincar de Viver”, “As Canções Que Você Fez Pra Mim”, “Baby”, “Gita”, “O Quereres”, “Tudo De Novo”, além da quase inédita “Uma Baiana”, que Caetano só começou a canta no penúltimo show da turnê.

Foto: Rodney Costa/Jornal O Tempo

Em resumo, escutar um álbum ao vivo de Caetano Veloso com Maria Bethânia é mais do que mais um simples registro da música brasileira, é a prova enfática de que a música brasileira ainda pode emocionar e, felizmente, atravessar gerações e garantir o seu espaço na trilha sonora de nossas vidas.

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