Limeira Mil Grau

Um Rock In Rio histórico!

“Se a vida começasse agora
E o mundo fosse nosso de vez
Se a gente não parasse mais de se amar
De se dar, de viver”

Esses são versos da música tema de um festival que não apenas marcou a história da música no Brasil, mas no mundo todo, tomando proporções planetárias com sua união de ritmos, artistas e tribos das mais variadas com um único propósito: curtir música. Esta canção foi composta e gravada pelo conjunto Roupa e representa perfeita o espírito do evento.

A edição deste ano foi ainda mais simbólica, pois representou a volta do festival depois de dois anos de pandemia. Pareceu que as atrações convidadas (ou a grande maioria delas) estavam com ainda mais gás para apresentar um showzaço de lavar a alma e é por isso que irei listar quais apresentações me chamaram a atenção e foram, na minha opinião, os grandes destaques dos 7 dias de pura cultura.

O DJ brasileiro teve uma recepção bem calorosa do público e apresentou um grande show.

Começar com um show que me surpreendeu demais positivamente. Confesso que não sou muito fã de eletrônica, não costumo escutar muito, mas Alok consegue ter a proeza de “furar a bolha” e mostrar a sua arte para múltiplas parcelas de público e conseguiu apresentar um grande show, fato que gerou uma forte identificação com as pessoas, que o abraçaram logo no início e pularam até o fim.

Jason Derulo fez um show com muito hip hop e pop e mostrou que há muitos hits que fazem parte de nossa memória musical.

Jason Derulo é um cantor, compositor, ator e dançarino norte-americano. De início, você pode até não ligar o nome da pessoa à sua arte, mas é fato que ele reúne várias músicas que fazem parte de nossa rotina, provavelmente você já deve ter escutado algum hit dele e isso foi refletido em sua apresentação no Rock In Rio, misturando hip hop com pop e levantando a multidão. Só para citar quatro momentos incríveis do show, estão “Savage Love”, “It Girl”, “In My Head” e “Want To Want Me”, além da dança do funk “Ai Preto”.

Rogério Flausino, Marco Túlio, Márcio Buzelin, PJ, Paulinho Fonseca toparam o desafio de se apresentarem de última hora e deram conta do recado

Imagina você estar preparando a turnê comemorativa dos 25 anos da banda que você faz parte e de repente o seu telefone toca e na ligação você é convidado para tocar no Rock In Rio? Foi mais ou menos isso que aconteceu com o Jota Quest, um grupo característico por seu pop-rock dançante e inúmeros sucessos.

Inicialmente, era para o conjunto Migos abrir o terceiro dia do festival no “Palco Mundo”, mas o grupo se desfez antes de viajar ao Brasil e, à fim de encontrar uma solução para o buraco deixado no Line-up, a equipe do Rock In Rio fez o convite para os mineiros do Jota Quest se apresentarem e eles não apenas toparam, como também deram super conta do recado, com um show repleto de hits e músicas que de alguma forma fizeram parte da sua trilha sonora. Destaque para todos, mas especialmente o ponto alto ficou para Marco Túlio, o guitarrista que se arriscou e apresentou alguns solos muito bons.

A cantora, compositora e produtora Luísa Sonza se manteve às raízes do pop e do funk, mas também acrescentou sonoridades rockeiras bem interessantes em seu show.

Luísa Sonza foi a abertura do “Palco Sunset” no terceiro dia de Rock In Rio e apresentou um grande show, mostrando os principais destaques de sua carreira, mas também com algumas surpresas agradáveis, como o cover de “1º De Julho” (de Renato Russo), os duetos com a cantora Marina Sena e um grande momento arrebentando como guitarrista. A guria mandou bem demais!

Emoção, potência e representatividade foram as três palavras que representaram o show de Iza na cidade do rock.

Agora, se tem um show que me marcou demais, este show foi o de Isabela Cristina, mais conhecida como Iza, um dos maiores nomes do pop e soul brasileiro. Ela simplesmente se consagrou como uma majestade da música brasileira e fez uma apresentação digna de grandes divas internacionais, como Whitney Houston e Aretha Franklin, e cantou todos os sucessos de sua carreira, além de um momento muito emocionante com sua mãe, Isabel Cristina. Ambas fizeram um dueto brilhante de “No Woman, No Cry”.

Demi Lovato voltou ao Brasil e apresentou sua vertente 100% rockeira.

Já Demi Lovato superou todas as expectativas dos lovatics e apresentou um show digno de uma rockstar. Muito se falou que ela não estava totalmente à vontade no palco e com uma voz não 100% boa, mas eu gostei muito da apresentação dela e, acima de tudo, espero que ela esteja bem. Demi apresentou muitas músicas de seu álbum novo, “Holy Fvck” e também alguns clássicos, incluindo “Skyscraper”, um momento muito emocionante.

O rapper Emicida mostrou sua capacidade de unir várias tribos com o poder da música consciente. Foto Marcos Serra Lima/G1.

Que Emicida é um dos maiores nomes da música brasileira, isso todo mundo sabe. Agora, o que me fez ter ainda mais certeza dessa constatação foi o seu show no palco sunset, pois além de fazer um concerto incrível, convidou grandes nomes do pop e do rap (Drik Barbosa, Rael e Priscilla Alcântara) e o Pastor Henrique Oliveira, atingindo assim o seu objetivo de propagar o poder da música consciente.

Gil é um espírito muito iluminado que aqueceu o coração de todos na cidade do rock.

Gilberto Gil fez um show lindíssimo no palco sunset e uniu sua família nesta apresentação, incluindo sua filha Preta e sua neta Flor. Os clássicos de sua trajetória foram tocados e o mestre Gil aqueceu todos os corações presentes naquele momento, através da sua arte tão necessária.

Mesmo com questões de saúde mental muito delicadas que está enfrentando, Justin Bieber conseguiu apresentar uma apresentação linda, com vários sucessos e com todas as Beliebers a todo vapor para curtirem o show de suas vidas. Destaque para o momento em que cantou “Love Yourself”, junto com uma multidão de mais de 100.000 pessoas.

A Lady Leste levou um conceito artístico com muita personalidade e mostrou o que sabe fazer de melhor: um show com muita música boa.

Com toda certeza, o show de Glória Groove foi um divisor de águas em sua carreira, pois além de ter apresentado para milhares de pessoas o seu trabalho, mostrou que é uma das maiores artistas do mundo. Suas músicas são muito boas e sua banda é simplesmente espetacular, todos estavam na mesma sintonia e trouxeram um conceito artístico único e com muita personalidade.

Jessie J tem uma das vozes mais poderosas do pop mundial.

Jessie J mostrou mais uma vez o porque é muito amada aqui no Brasil. A guria fez um showzaço para ninguém botar defeito e fez todos os fãs muito, mas muito felizes, com uma lista de sucessos e um show à parte de seu guitarrista, Mateus Asato. É impressionante a capacidade vocal da cantora e seu controle nas notas graves e agudas, além de um carisma nato.

Um dos maiores compositores e cantores da MPB fez seu primeiro show oficial no festival e mostrou seus sucessos para uma nova geração de amantes de música. Foto: Júlio Guimarães/UOL

Sou Djafã com muito orgulho e fiquei feliz demais com o anúncio de que ele iria se apresentar no Rock In Rio. Depois do show, fiquei ainda mais orgulho do grande cantor e compositor da nossa MPB, pois uma nova geração conheceu sua obra e mostrou também já conhecer alguns sucessos, o que já é sensacional! Ponto para a valorização da nossa arte!

A princesa do rock emocionou todos os fãs com um repertório repleto de hits, além de músicas inéditas. Foto: Zô Guimarães/UOL

Avril Lavigne deixou os fãs enlouquecidos com seu show, era nítida a comoção geral com a presença da princesa do rock na cidade do rock e o que foi visto foi um show de muitos hits, além de algumas músicas inéditas. Gostei muito da banda de Avril, estando em uma incrível sintonia e muito bem sincronizados.

A banda Bastille também marcou presença no palco mundo. Foto: Stephanie Guimarães/UOL

Me surpreendi muito com o show da Banda Bastille, de origem britânica e formada em Londres, em 2010. Algumas músicas pop que tocam muito na rádio são deles (como “Happier” e “Pompeii”) e me chamou a atenção a energia do vocalista Dan Smith, que se entregou de corpo e alma para animar a multidão presente no festival.

Para mim Camila fez o melhor show do festival, junto com a banda Coldplay. Foto: Stephanie Rodrigues/UOL.

Camila Cabello fez um show incrível, cantou todos os seus sucessos e além de ser belíssima, possui um carisma sem igual, interagindo muito com o público, falando palavras em português e sorrindo o tempo todo. Merecem destaque sua banda talentosíssima e uma estrutura surreal de boa no palco, com plataformas e muitas luzes. Para mim, ela fez o melhor show do festival, junto com a banda Coldplay, de quem falarei abaixo.

Um mar de gente ao redor de Chris Martin, vocalista da banda e que comandou com maestria o show.

Acho que a melhor forma de resumir como foi este show é olhando a foto acima. Coldplay, formada por Chris Martin, Jonny Buckland, Guy Berryman e Will Champion, é praticamente uma paixão nacional, pois milhares e milhares de brasileiros se emocionaram com o show que a banda realizou na cidade do rock, com inúmeros sucessos, empatia com o público, além de incontáveis momentos emocionantes, como uma música sendo apresentada na linguagem de sinais, “Magic” sendo apresentada em português, além da humildade de Chris em cantar abraçado com um fã em “Fix You”. Enfim, um show para ficar guardado para sempre na história do Rock In Rio.

A rainha do pop e funk brasileiros cravou seu nome no hall dos maiores nomes que o Rock In Rio já apresentou. Foto: Brenoo Carvalho/Agência O Globo

Por fim, para completar o top 3 de melhores shows do Rock In Rio para mim, cito com louvor a apresentação de Ludmilla. Com uma energia espetacular, várias trocas de figurinos, dependendo do conceito de cada bloco de músicas e com várias convidadas representativas, a rainha do pop e funk brasileiros simplesmente cravou seu nome no hall do maiores nomes que o Rock In Rio já apresentou em sua história.

Também faço uma menção honrosa para Cee LoGreen e Ivete Sangalo, artistas que fizeram shows muito ecléticos, dançantes e pautados na interação máxima com o público.

Foram sete dias de muita música e valorização da arte e cultura, que é o meu norte e propósito ao escrever estes textos. Pensando na qualidade incrível de muitos repertórios, na animação contagiante das milhões de pessoas que passaram pela cidade do rock e na valorização da diversidade, vejo esta edição apresentou um Rock In Rio histórico.

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