O fóssil encontrado no interior do Rio Grande do Sul em 2003 é do mais antigo ancestral de nós todos mamíferos, o Brasilodon quadrangularis.
Por: G1
O que se esconde por trás de um sorriso? Se os dentes forem de um bicho que viveu há mais de 200 milhões de anos, talvez eles guardem a resposta para uma pergunta difícil: afinal, quando os mamíferos surgiram no planeta?
O Fantástico explica: o Brasilodon quadrangularis foi encontrado por paleontólogos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no interior do estado, em 2003. Ele recebeu esse nome dos cientistas justamente por causa dos dentes = Brasil + “odon”, dentes, em grego.
Os paleontólogos que o acharam classificaram o Brasilodon como uma espécie de pré-mamífero. Era o que valia até agora. Para ser considerado fóssil de mamífero pelos cientistas, o crânio do bicho pré-histórico precisa ter os três ossinhos que estão presentes no ouvido da maior parte dessa classe animal, inclusive no nosso: o martelo, a bigorna e o estribo.
O animal se assemelha a um roedor — Foto: Rochele Zandavalli / UFRGS
O Doutor Sérgio Cabreira, que é dentista de formação, foi investigar: será que os dentes não podiam nos dar uma pista se esse animal mamava ou não? Na pesquisa, Cabreira usou três crânios fossilizados de Brasilodon — para ter amostras de animais de idades diferentes.
E não foi preciso ampliar muito para ver que os dentes do Brasilodon têm características muito típicas de dentes de mamíferos — animais que só têm duas dentições na vida.
A pesquisa analisou a mandíbula dos animais — Foto: Rochele Zandavalli / UFRGS
Fantástico: Me conte o que é a sua conclusão, o que foi publicado esta semana numa importante publicação científica internacional.
Doutor Sérgio Cabreira: Esse pequeno animal que nós temos aqui ele representa hoje o mais antigo mamífero placentário da Terra. E também representa a nossa própria origem como seres humanos.
O Brasilodon é, indubitavelmente, o mais antigo ancestral de nós todos mamíferos.
A pesquisa do Dr. Cabreira é assinada por ele e outros pesquisadores brasileiros e de duas pesquisadoras da Inglaterra. O trabalho vai agora para o seu teste mais importante: o olhar de outros cientistas ao redor do mundo. Saiba mais na reportagem em vídeo.
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