Lançado no Brasil no dia 22 de maio, o live action Lilo e Stitch foi muito feliz em mostrar para a nova geração um clássico da animação em uma nova roupagem.

Stitch, um alienígena, chega ao planeta Terra após fugir de sua prisão e tenta se passar por um cachorro para se camuflar. As coisas mudam quando Lilo, uma travessa menina, o adota de um abrigo de animais. Juntos, eles aprendem os valores da amizade e família.

Provavelmente esta sinopse deve ser muito familiar para você. Afinal, ele resume a história de Lilo & Stitch, um clássico das animações lançado pela Disney em 2002 e que agora, 23 anos depois, tem sua versão em live action, prática que foi muito criticada pela Disney nos últimos anos por conta de adaptações um tanto quanto controversas.

A escalação de elenco deste live-action foi um dos maiores acertos da Disney.

Porém, a sensação que tenho é que, por mais que tenham alguns pontos que foram duramente criticados, o saldo deste longa é muito mais positivo comparado aos outros live-actions lançados pela Disney nos últimos 8, 9 anos. Vários pontos deste filme funcionam muito bem, a começar pela escalação incrível do elenco, que além de terem mantido a essência de todos os personagens, com muita nostalgia, também trouxeram um frescor muito interessante para que também não tivéssemos a sensação de estarmos vendo exatamente o mesmo filme.

Maia Kealoha simplesmente arrebenta e faz uma Lilo perfeita, trazendo toda a inocência e magia necessária para a personagem. Já Sydney Agudong arrebenta como Nani e para mim é a melhor atriz do filme, todas as suas expressões e falas no longa são muito bem executadas (mérito também do diretor Dean Fleischer Camp) e gostei muito da escolha da equipe em ter aumentado a presença da personagem no longa, dando um toque à mais de emoção e fazendo com que nós nos afeiçoemos mais à sua luta em formar uma família com a irmã mais nova após a perda dos pais. A construção deste relacionamento entre irmãs foi aprofundada para dar a experiência mais real possível para os espectadores e para mim isso foi muito bem sucedido e que faz o longa já ganhar muitos pontos para mim.

Billy Magnussen e Zach Galifianakis também estão muito bem como Pleakley e Dr. Jumba Jookiba, respectivamente, apesar de que, neste ponto em específico, eu prefira a versão do desenho animado, mostrando a luta de dois alienígenas em se mostrarem normais na Terra.

Agora, quem rouba muito a cena é uma personagem que não existia no desenho e que se mostrou uma escolha muito acertada. Amy Hill interpreta Tutu, avó de David (um par romântico de Nani) e vizinha de Lilo e Nani. Ela traz um alívio cômico maravilhoso e tem umas tiradas que, apesar de durarem poucos segundos, são grandes preciosidades.

Toda a construção emocional de Lilo com Stitch também conquistou o público que já assistiu o live-action.

Não tem como terminar este texto sem deixar de falar a química de Lilo com Stitch. Os efeitos gráficos são tão bem feitos que por alguns momentos não percebemos que não há uma interação real entre eles. O aumento da duração do filme foi muito coerente para isso também, pois pudemos verificar uma construção afetiva mais coerente.

Capitão Gantu, da Federação Galáctica, um dos grandes antagonistas da animação, ficou de fora desta versão atualizada, pois segundo o diretor, “Gantu foi uma daquelas coisas que simplesmente não funcionaram muito bem em live-action”. Confesso até que para mim, não fez a menor falta, pois todas as cenas do espaço foram bem preenchidas.

Por fim, a fotografia impecável e a trilha sonora maravilhosa também mostram a decisão mais do que acertada em terem lançado este longa nas grandes telas, pois a experiência é emocionante, ainda mais se tratando da versão em 3-D, te colocando para dentro das lindas paisagens do Hawaii.

O live-action de Lilo & Stitch ficará marcado como um grande acerto da Disney, que trouxe uma mistura de afeto, emoção e algumas risadas especiais.

Para mim, a parte final do filme me deu a impressão de ter faltado algo a mais, uma cereja do bolo para intensificar uma emoção que estava em alta e que no clímax do longa, deu uma pequena caída. Porém, isso não tira o mérito da construção extremamente feliz e bem sucedida do live-action de “Lilo & Stitch”, um filme que pode emocionar, trazer nostalgia e principalmente nos deixar com o coração aquecido ao mostrar a mensagem mais linda: a importância de uma família, não importa qual seja.

Respondendo a pergunta do título deste texto: não consigo afirmar com toda certeza se “Lilo & Stitch” é o melhor live-action da Disney, pois também gosto de outras adaptações. Porém, com toda certeza, é um produto que pode ser visto milhares de vezes e sem perder a graça. Afinal, tudo o que agrada várias idades, gerações e vivências merece ser enaltecido.

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