Sou apaixonado pelos Engenheiros do Hawaii e por tudo o que a banda representou e ainda representa para o rock nacional! Mesmo já não estando em atividade há muitos anos, as canções do grupo ainda ressoam nos quatros cantos do país e muito disse se deve às letras de Humberto Gessinger, mas também às melodias maravilhosas criadas por excelentes músicos que passaram pelas formações do conjunto, incluindo Augusto Licks.
Em “Contrapontos”, pude acompanhar mais detalhes sobre um dos melhores guitarristas brasileiros de todos os tempos (se bobear do mundo) e me encantei com a forma que a biografia expôs pontos positivos e também dificuldades da trajetória do músico. Escrita por grandes jornalistas da área musical, Sílvia Remaso e Fabrício Mazocco e lançado pela editora Belas Letras, o livro começa de uma forma bem inteligente, ao relatar os fatos que levaram Augustinho a entrar no Engenheiros, com tantas minúcias que torna a leitura interessante desde o início, prendendo a atenção logo no prefácio.
Um fato curioso da biografia é que ela é dividia em duas partes, Lado A e Lado B, sendo que Sílvia escreveu a primeira parte e relatou a infância do músico, a criação ao lado dos pais e irmãos, quais foram as suas principais influências, a bagagem adquirida em suas viagens no exterior e também o período frutífero de trabalho com o famoso artista gaúcho Nei Lisboa. Já na segunda parte, Fabrício conta com detalhes toda a passagem de Licks pela banda, inclusive as suas inseguranças e os vários momentos de tensão durante os mais de 6 anos de trabalho ao lado de Humberto e Carlos Maltz.
Inclusive, este período ainda é rodeado de muitas dúvidas e gosto muito da honestidade da dupla em enfatizar que a proposta do livro nunca foi de mostrar a verdade sobre o que levou o músico a ser desligado do Engenheiros, mas sim de expor todos os fatos possíveis para que cada leitor possa tirar a sua própria conclusão.
Fabrício também conta as miudezas de cada genialidade de Augustinho ao gravar os seus tão célebres solos e rifles. Algumas informações acabam sendo um pouco técnicas demais e isso pode causar um pouco de estranhamento nos leitores mais leigos, mas isso não tira o brilho e o excelente trabalho de pesquisa feito para construir este registro histórico, de uma certa forma, sobre o rock nacional.
Por fim, o jornalista também ressalta o que Augusto Licks fez nos últimos 30 anos, principalmente como ele deu continuidade ao trabalho que ele gosta tanto: falar sobre música.
Li este livro escutando várias músicas dos Engenheiros (da época do Augusto) e indico a mesma experiência para vocês, é realmente muito boa!
É pela excelente escrita, por informações que fizeram meu coração de fã pular de alegria e pela ótima ideia de mostrar para fãs e amantes da música a história de um grande ser humano, que considero “Contrapontos: Uma Biografia de Augusto Licks” um livro de cabeceira.
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