quinta-feira, 21, novembro 2024
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83% das pequenas empresas esperam crescimento dos negócios nos próximos meses

Empresários estão otimistas com a perspectiva de evolução do faturamento e contratações, de acordo com Sondagem Omie das Pequenas Empresas

Com o objetivo de compreender o momento atual e as expectativas das pequenas empresas brasileiras, a Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, lança a segunda edição da ‘Sondagem Omie das Pequenas Empresas’. A pesquisa, que traz a opinião  de empreendedores e gestores, indica que 83% das pequenas empresas têm uma perspectiva de crescimento do faturamento no curto prazo e apenas 1% demonstrou expectativas negativas. A sondagem indica, ainda, a percepção sobre a evolução da economia brasileira e outros avanços no setor, como expectativas de contração.

Os resultados permitem antecipar algumas tendências do mercado, além de identificar as principais dores dos pequenos empreendedores do país. As pequenas empresas possuem um relevante papel na economia brasileira, tanto do ponto de vista de geração de PIB, quanto de oportunidades no mercado de trabalho doméstico. “Por isso, é interessante observar como os pequenos empresários seguem otimistas com a evolução dos negócios no curto prazo, com destaque para a perspectiva de evolução do faturamento e contratações, seguindo as tendências indicadas pelo Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), indicador da Omie que acompanha as tendências das movimentações financeiras de contas a receber das PMEs brasileiras”, adianta Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie. 

A Sondagem Omie das Pequenas Empresas  foi realizada em março por meio de um questionário online, destinado aos clientes da Omie optantes pelo Simples Nacional). Foram coletadas as percepções de 298 respondentes, sobretudo, tomadores de decisão dentro das pequenas empresas, como CEOs, diretores, sócios e gerentes. As três perguntas iniciais do questionário, destinadas a compreender a situação atual das pequenas empresas, revelam um contexto consistente com o que se observa na economia doméstica. 

Figura 1: Panorama Geral – Sondagem Omie das Pequenas Empresas (abril/2024)

Fonte: Omie

Os dados revelam que 54% dos respondentes observaram crescimento do faturamento da empresa no período recente, enquanto  apenas 17% sinalizaram retração. Esse resultado se mostra bem alinhado aos dados recentes do IODE-PMEs –  indicador da Omie que acompanha o desempenho financeiro das PMEs brasileiras. “No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em fevereiro de 2024, o IODE-PMEs mostra crescimento de 9,3%. Além disso, especificamente no primeiro bimestre de 2024, o crescimento indicado pelo índice se mostra disseminado entre os grandes setores da economia (Serviços, Comércio, Indústria e Infraestrutura)”, lembra o economista.

Além da expansão do faturamento, mais da metade das respostas indicam que houve contratações no período recente, ainda que apenas 30% representaram efetivamente a abertura de novas vagas de trabalho. Já 29% relatou a contratação para vagas destinadas à reposição de equipe.

Por outro lado, 82% dos empresários apontaram um aumento de custos e despesas nas pequenas empresas, enquanto apenas 4% mencionaram redução nos últimos meses. “O resultado pode até parecer contraintuitivo pelo fato de estarmos em um momento de redução das pressões inflacionárias como um todo na economia doméstica. No entanto, componentes específicos do IPCA que afetam de modo significativo o custo das empresas mostram avanço de preços bem acima da inflação geral nos últimos 12 meses, tais como gasolina, planos de saúde e energia elétrica. Adicionalmente, o aumento real do salário-mínimo em 2024 (+6,97%) também pressiona os custos dos pequenos empreendedores”, explica Beraldi.

Na edição anterior da sondagem, o resultado significativo neste tópico antecipou a tendência positiva do mercado de PMEs entre o final de 2023 e o começo de 2024, medida pelo IODE-PMEs. “A perspectiva das pequenas empresas sobre a expansão do faturamento é condicionada pelas menores pressões inflacionárias sobre as famílias e pelos efeitos cada vez mais claros do ciclo de redução da taxa básica de juros (Taxa Selic) na economia real”, completa o economista.

Já sobre a evolução de contratações, 43% dos respondentes sinalizaram que esperam abrir novas vagas de trabalho nos próximos meses – percentual ligeiramente mais alto que o observado no último levantamento – e 27% se mostraram propensos a acionar o mercado de trabalho caso haja necessidade de reposição da equipe atual. Ainda em relação à sondagem anterior, houve redução do percentual de respondentes (de 35% para 30%) que não esperam realizar nenhuma contratação no curto prazo.  

Com relação às percepções gerais dos empreendedores e gestores das pequenas empresas acerca da evolução da economia brasileira, 33% sinalizaram que esperam melhora do ambiente nos próximos meses. De toda forma, observa-se que a distribuição de respostas nesta questão foi mais equilibrada (36% esperam que a economia permaneça estável e 31% esperam que haja alguma piora), o que indica que um grau considerável de incertezas ainda está presente no ambiente econômico doméstico. 

“Apesar de uma visão otimista a respeito da evolução do próprio negócio, observa-se que o pequeno empreendedor ainda tem uma visão macroeconômica cautelosa, provavelmente afetada pelos juros elevados (com reduzido efeito da redução da Selic na economia real até o momento) e incertezas presentes no campo político”, diz Beraldi.

Elementos que dificultam o crescimento das pequenas empresas

A última questão da sondagem foi direcionada a entender as principais dificuldades que as pequenas empresas enfrentam no mercado. As principais dores sinalizadas pelos respondentes (que podiam mencionar até 3 tópicos) foram: ‘altos custos com mão de obra’ (indicado por 48% dos respondentes), ‘elevada competitividade no segmento’ (41%) e ‘falta de capital de giro’ (34%).

No geral, as duas principais preocupações dos pequenos empresários permaneceram consistentes nas sondagens realizadas (em agosto de 2023 e março de 2024), com ênfase no crescimento das respostas relacionadas aos ‘altos custos com mão de obra’ (de 42% para 48%). Os custos trabalhistas são impactados pelos elevados encargos pagos pelos empregadores, que se intensificaram com o aumento real do salário mínimo em 2024. Além disso, observou-se na sondagem mais recente um aumento notável nas respostas relacionadas à ‘falta de capital de giro’, o que reflete a pressão financeira enfrentada pelos respondentes e o ambiente ainda restritivo para obtenção de crédito por parte dos pequenos empreendedores.

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