Uma família de Alto Paraíso (GO), região da Chapada dos Veadeiros que fica a 230km de Brasília, conseguiu, em dois meses, autorização judicial para plantio medicinal da Cannabis. Pai e mãe poderão produzir o óleo da erva para o tratamento do autismo da filho de 5 anos.
Os beneficiados com a decisão são Thalisson Queiroz, 36 anos, e Isabella Carvalho, 29, que são os pais do pequeno João de Carvalho. O pai conta que a família começou a desconfiar da condição quando a criança tinha apenas 2 anos. “Ele tinha hipersensibilidade em relação ao contato com outras pessoas, dificuldade em dormir, seletividade alimentar, dificuldade em lidar com frustações. Ele passava 3 horas chorando porque botamos o feijão em cima do arroz. Era desproporcional”, relata Thalisson.
“O médico nos deu um laudo para o óleo de Cannabis e uma amiga trouxe o item do Canadá. Passamos uma semana com o tratamento e, neste curto período, todos os sintomas melhoraram. Foi muito impactante a transformação”, relata Thalisson.
Depois disso, os pais procuraram advogados especializados no assunto a fim de pedirem na Justiça o direito de plantio e produção do item já que a compra e importação não cabiam no orçamento da família. Para um ano de tratamento, eles teriam que dispor de US$ 2.148 — equivalente a cerca de R$ 10.780,38 por anos e cerca de R$ 899 por mês — sem contar com o valor do frete, que elevava o gasto mensal para R$ 939,75.
Segundo Thalisson, a família se empenhou em juntar documentos e laudos médicos a fim de conseguir a autorização para produção da Cannabis medicinal. “Foram cerca de dois anos e meio juntando os laudos e produzindo o Habeas Corpus. É um direito fundamental cuidar da nossa saúde e da do nosso filho.”