Após 9 anos com as portas fechadas, expectativa é que espaço passe a receber 900 mil visitantes por ano
Após nove anos fechado e celebrando o bicentenário da Independência do Brasil, o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, em São Paulo, vai reabrir ao público na quinta-feira (8). Além de restaurado, modernizado e acessível, ele aposta também na pluralidade e em uma discussão crítica sobre as obras.
Para abordar assuntos controversos, a curadoria do museu vai utilizar recursos multimídia para propor novas visões sobre os objetos expostos. A expectativa é que o local passe a receber o triplo de pessoas que costumavam procurá-lo, passando a 900 mil visitantes por ano.
Monumentos que homenageiam figuras e situações controversas, como estátuas de bandeirantes, serão encarados como documentos históricos, ou seja, obras que informavam ou refletiam sobre um modo de se pensar à época.
Agora, novas visões serão acrescentadas a esses objetos. “O contraponto serão outras visões da sociedade sobre o tema. Toda exposição terá uma tela de contraponto e uma questão que estamos discutindo é abrir editais para que as pessoas possam se inscrever para criar contrapontos para a exposição. Queremos outras vozes da sociedade dentro da universidade e dentro do museu universitário, para não ser uma fala única. Queremos um museu muito mais plural: é isso que a gente busca no Museu Paulista”, disse Ana Paula Nascimento, professora e curadora do museu.
Visitas
Em sua primeira semana de funcionamento, o museu terá um horário especial e estará aberto das 11h às 16h. As visitas precisam ser agendadas pela plataforma Sympla e, até o dia 6 de novembro, a entrada será gratuita. O público que visitar o museu vai se deparar com um espaço bem maior: ele hoje tem o dobro de área expositiva e terá um restaurante e um mirante. O mirante, no entanto, não estará disponível aos visitantes nesse primeiro momento: ele ainda não tem data para ser liberado ao público.
Acessibilidade
Além da acessibilidade física, com a inclusão de elevadores e rampas de acesso, todas as exposições foram pensadas para dar condições mais amplas de exploração do acervo pelo público. Para isso, serão dispostos 333 recursos multissensoriais.
Por todo o museu foram instaladas telas táteis, reproduções em metal, dioramas [maquetes tridimensionais], plantas táteis para localização dos visitantes, recursos audiovisuais, dispositivos olfativos, reproduções visuais e táteis e cadernos em Braille, entre outros. Todas as salas também vão contar com piso podotátil [superfície cuja rugosidade pode ser sentida pelos pés].
“Ele não é só um museu fisicamente acessível. Ele é acessível cognitivamente, com linguagem facilitada”, disse Vânia. “Queremos promover a sensação dos materiais. Nem tudo é feito com resina. Temos recursos multissensoriais em pedra, em metal, em porcelana, em tecido”.
A ideia, segundo ela, é que todas as pessoas possam visitar o museu juntas, tendo a mesma oportunidade de experiência. “Queremos que as pessoas possam entender o espaço do museu como um espaço de convivência da diversidade”, sintetizou Vânia.
Mais informações sobre o museu podem ser obtidas no site museudoipiranga.org.br. O agendamento para visita estará disponível a partir do dia 5 de setembro, às 10h.
*Publicado por Daniel Reis
Por: CNN