Lançados na mesma semana, os documentários produzidos pela Record TV e pelo SBT homenageiam o legado deixado por um dos maiores comunicadores que o Brasil já teve.

Quando você olha esta imagem acima, qual o seu sentimento? Para mim, vem muita gratidão, por vivenciado a história da TV Brasileira e a produção de muito entretenimento na minha frente! É fato que Augusto Liberato foi um dos maiores nomes que a TV Brasileira já exibiu em todos os tempos e cometeu vários erros ao longo de sua trajetória, mas nem por isso devemos deixar de exaltar sua trajetória de sucesso e o quanto que ele marcou milhares e milhares de famílias aos sábados à noite ou nas tardes de domingo.

E para celebrar os cinco anos do legado de Gugu, falecido no dia 21 de novembro de 2019, duas plataformas de streaming 100% nacionais resolveram produzir documentários que servissem como um registro histórico de resgate, isto é, que homenageassem a sua trajetória pessoal e profissional e o quanto que ele foi um dos principais pilares da cultura nacional. Por isso, resolvi analisar estas duas produções e apontar o que elas têm de comum e de diferente.

Em ambas as produções, Sofia, João Augusto e Marina (filhos de Gugu) dão depoimentos emocionantes.

Lançado no dia 19 de novembro de 2024, “Gugu – Simples Assim” foi produzido e lançado no PlayPlus, o streaming da Record TV, e trouxe uma proposta um pouco diferente, a começar pelo seu tempo de duração, mais enxuto, com um pouco mais de uma hora de duração. Isso não é um demérito, pelo contrário, traz uma objetividade que falta em várias produções do gênero.

Neste projeto em específico, dirigido por Bruno Lima e grande equipe, os filhos de Gugu se reúnem na sala de estar da casa e através de uma caixa cheia de recordações, passam a lembrar de momentos que passaram ao lado do pai e como era a grande figura do animador em um lado mais íntimo e pessoal. A partir disso, outros depoimentos de grandes amigos e colegas profissionais dele são inseridos e todos passam a recordar de sua trajetória.

Gostei muito da forma emotiva que o projeto foi captado, para que em pouco mais de 60 minutos, todos pudessem ter a sensação de que Augusto Liberato fizesse parte da família. Talvez um equívoco do doc tenha sido a abordagem superficial e lateral sobre os seus erros do passado, isto é, se tivessem dedicado uns 10 minutos a mais sobre o caso do PCC e outras entrevistas polêmicas pela absurda guerra de audiência, aí sim ficaria perfeito.

Já o projeto lançado pelo SBT se diferencia pela extensa pesquisa de imagens e registros em vídeo.

Em relação a “Gugu, Toninho e Augusto”, ele foi lançado no dia 21 de novembro de 2024 e traz algumas diferenças em comparação ao audiovisual da Record. Dirigido por Michael Ukstin, o documentário já tem o diferencial de ser dividido em cinco capítulos, cada um mostrando um faceta diferente de Augusto e todos contando com depoimentos incríveis de vários profissionais e familiares.

Além disso, há trechos maravilhosos de programas que ele apresentou no SBT, além de histórias de bastidores contadas pelos profissionais que trabalharam com ele, mostrando o desafio intenso de se produzir uma atração para um animador em constante inovação e atividade. Para um jornalista, ver este projeto disponibilizado pela plataforma de streaming Mais SBT é uma aula de edição e captar o foco do público através da nostalgia e da reverência.

Talvez o único erro dele também tenha sido abordar lateralmente as suas polêmicas, apesar de ter se saído melhor do que a Record TV. Acredito que um episódio para falar de sua compulsão por audiência e os erros advindos dela seria ainda mais interessante.

Em comum, ambas as produções são muito feliz em terem sido sutis ao abordar a vida pessoal de Gugu, deixando implícito e de forma muito respeitosa as suas decisões na formação de uma família. Além disso, a presença da mãe dele, Maria do Céu, poderá te arrancar várias lágrimas, pois ver a força de uma mulher que perdeu um filho e que ainda guarda muita saudade dele, nos faz refletir sobre a finitude da vida e principalmente sobre o legado que deixaremos quando partirmos da Terra.

Para mim, o resultado final dos dois documentários é muito positivo, e me fez ter a certeza ainda maior do meu amor pela TV Brasileira e por conferir a história de quem foi responsável por nos proporcionar tantas lembranças felizes em família. Super indico!

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