Pato Fu merecia ter um registro literário de um disco histórico para o rock nacional do final da década de 90.

Tem se tornado uma prática no Brasil o lançamento de livros contando a história detalhada de discos em específico. “Da Lama Ao Caos”, “A Tábua de Esmeralda”, “Clube da Esquina”, “Fullgás”, são vários álbuns que já tiveram suas trajetórias narradas em obras que são relevantes por representarem um importante registro histórico da música popular brasileira.

Seguindo este formato, foi uma leitura bem prazerosa ter a companhia de “Antes Que Seja Tarde”, obra escrita por Fúlvio Prado que mostra toda a história do álbum Televisão de Cachorro, lançado pela banda mineira de pop-rock Pato Fu incluindo o antes, durante e depois, o que acho muito necessário, pois apresentar toda a contextualização do grupo aumenta ainda mais a disponibilidade de informações para estarmos imersos em um universo bem rico musicalmente de uma banda por ora alternativa, por ora comercial.

Algo interessante a se destacar também é que grande parte do conteúdo disponibilizado pelas quase 70 páginas foi baseado em uma live que Fúlvio fez com Dudu Marote, o produtor responsável pela elaboração do disco junto com a banda. A conversa rendeu tanto e foi tão produtiva que não poderia haver alternativa diferente do que colocá-la em livro, dentro de uma narrativa muito bem construída e que realmente te insere no universo do conjunto.

Gosto muito das curiosidades de bastidores relatadas na obra, inclusive em como Dudu Marote foi praticamente um salvador da pátria

Inclusive, li o livro em meu Kindle dentro de uma hora, enquanto escutava o disco em questão e foi uma experiência realmente bem interessante, como uma trilha sonora perfeita para acompanhar a leitura e trazer a melhor ambientação possível daquela época e como o Pato Fu soube como ninguém ser disruptiva e ao mesmo tempo conquistar uma plateia bem consolidada de fãs.

Inclusive, o final do livro deixou com um gosto de quero mais e acredito que o Fúlvio possa aproveitar sua paixão por este som (pois ele demonstrou em cada linha escrita o seu amor pela obra dos músicos mineiros) e fazer análises dos outros discos do Pato Fu, ou até quem sabe uma biografia completa da banda.

Por fim, por ser uma leitura fácil, objetiva e, ao mesmo tempo, completa e apaixonante sobre um grande álbum que considero “Antes Que Seja Tarde – A História do Álbum Televisão de Cachorro do Pato Fu” um surpreendente livro de cabeceira.

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