Sempre quando um álbum novo de uma artista que gosto muito é lançado, minhas esperanças são altas, porque minha curiosidade é ver até em qual patamar chega a sua capacidade de se reinventar. No caso da rainha Marisa Monte, as expectativas foram totalmente superadas, com um disco irretocável!
Lançado em outubro do ano passado, o álbum “Portas” (disponível em todas as plataformas digitais) foi produzido pela própria cantora, com algumas faixas em conjunto por Arto Lindsay e Marcelo Camelo, e apresenta tudo o que Marisa tem de melhor. O mais incrível deste projeto é que ela pega várias referências de seus mais de 30 anos de carreira e dá uma nova roupagem, para uma nova geração de amantes da MPB.
As duas primeiras músicas, “Portas” e “Calma”, já são um bom início do disco e refletem a essência da cantora mostrada ao longo de todas estas décadas. Já a terceira faixa, “Dejá Vú”, me lembra muito a canção “Vilarejo” (lançada no álbum “Infinito Particular”) e traz um arranjo bem construído e para relaxar.
As letras destas músicas são pura poesia, consonantes com a realidade vivida nos últimos anos. Exemplo disso é uma estrofe de “Déjà Vú”:
“Quando eu penso em nós dois
Vejo até sem querer
A tua falta no espelho
Quando eu penso em você”
“Medo do Perigo” me lembra muito a canção “Infinito Particular” e “A Língua dos Animais” é a minha canção favorita do disco, remete à outra fase linda de sua carreira, a dos tão amados “Tribalhistas”, e traz conjunto de metais sensacional, é um verdadeiro deleite escutar essa sinfonia musical.
Já “Praia Vermelha” tem um estilo de bossa nova (assim como em “Espaçonaves”) e “Totalmente Seu” remete a dois grandes hits de sua carreira: “O Que Me Importa” e “A Sua” (músicas que valem sempre ser escutadas).
Há também um espaço para a MPB mais clássica em “Em Qualquer Tom” e “Fazendo Cena” também traz referências dos Tribalhistas (principalmente de “Anjo da Gaurda”), com um solo de guitarra maravilhoso.
“Vento Sardo” tem uma base de violão incrível, que conduz todo o arranjo, “Você Não Liga” traz muito de “Não Vá Embora” (outro hit de Marisa) e “Pra Melhorar” é uma verdadeira catarse emocional e passa uma mensagem otimista fugindo dos clichês, talento que só Marisa Monte e todo o Garbo e elegância de Seu Jorge podem apresentar.
O samba também tem espaço em “Elegante Amanhecer” (linda homenagem à Portela) e em “Feliz, Alegre e Forte”, a última música do disco, e mostra toda a versatilidade de Marisa Monte.
Por fim, destaco o verso “Foi Lindo de Ver” presente na penúltima música citada neste texto, e gostaria de complementar este verso da Marisa Monte e dizer que em relação à “Portas” foi também muito lindo de escutar uma obra prima da música brasileira.
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