Há 25 anos, Marina Lima retorna aos palcos com um projeto emblemático e focado em arranjos eletrônicos.

O que faz um projeto se tornar histórico? São várias as respostas que podem pertencer à esta pergunta, mas com certeza uma delas é o simbolismo quando um artista retorna depois de um período difícil e mostra ainda que tem muito a mostrar. Pensando nisso, “Sissi Na Sua” é uma grande virada de chave na carreira de Marina Lima.

Após aproximadamente sete anos afastada dos palcos, devido a problemas graves nas cordas vocais e a um tratamento delicado para superar a depressão, Marina retorna às apresentações e grava um trabalho marcante, mostrando que sua luz brilhava mais forte do que nunca.

Nos dias 28,29,30 de setembro e 1 de outubro de 2000, na antiga casa de shows DirectTV Music Hall em São Paulo, a cantora fez a gravação de um disco ao vivo, durante apresentações do show de mesmo nome. No repertório, “Sissi Na Sua” conta predominantemente com músicas dos álbuns Pierrot do Brasil e Registros à Meia-Voz, além de vários sucessos de sua carreira, neste álbum apresentados sob um arranjo eletrônico, consonante com as principais tendências da época.

O espetáculo foi dirigido pelo ator Enrique Diaz e já começa disruptivo ao apresentar um texto de Fernanda Young e mostrando que a mulher que conquistou milhares de corações nos anos 80 e 90 estava de volta! No repertório, muitas músicas funcionaram muito bem com a modernização dos arranjos, como “Nem Luxo Nem Lixo” (clássico de Rita Lee), “Acontecimentos” (uma das minhas canções favoritas de Marina), “Virgem”, “Fullgás”, “Pra Começar” e “À Francesa”, todas que poderiam facilmente estar em uma playlist para passeios em um belo sábado à noite.

O espetáculo também foi registrado em vídeo e parte dele está disponível no YouTube para quem se interessar em participar de uma imersão audiovisual.

Por outro lado, algumas músicas me causam um pouco de estranheza e se tornam cansativas para quem se propõe a escutar o álbum na íntegra, pois não há muitas variações na melodia e acaba se tornando um pouco pasteurizadas. Exemplos disso são “Arquivo II”, “Sua”, “Irremediáveis Mortais” e “Para Um Amor no Recife”.

De qualquer forma, isto não apagou o brilho de um show muito bem construído, montado e apresentado sob o brilho de uma das maiores artistas do nosso país. Com “Sissi Na Sua – Ao Vivo” e outros grandes álbuns, que nunca percamos o brilho de escutar a grande Marina Lima!

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