Lançado neste ano pela DeckDisc, o novo álbum de Humberto Gessinger mostra que a carreira do cantor e compositor é uma infinita highway.

Quando eu vejo que não tem como me surpreender mais com lançamentos musicais, o mestre Humberto Gessinger vem e anuncia para o segundo semestre de 2023 seu novo disco: “Quatro Cantos de Um Mundo Redondo”. Lançado no dia 26 de setembro deste ano, seu mais novo projeto mostra composições feitas no seu estilo de carreira solo, com a qual já aprendi a me acostumar e reverenciar.

Digo acostumar porque como fã de carteirinha dos Engenheiros, sempre escutei os arranjos carregados de guitarras e linhas de baixo e após a pauta com a banda, Humberto aproveitou para experimentar outas linguagens musicais, incluindo composições mais voltadas para a música tradicional gaúcha. E neste mais recente disco, ele faz um equilíbrio bem interessante entre power trio e trio acústico.

O álbum já inicia com duas faixas mais “rockeadas” e que são bem interessantes: “Espanto e “No Delta dos Rios” possuem letras de Humberto na sua melhor forma, repleta de ironias e paralelismos que nos fazem pensar por horas e horas, além de arranjos maravilhosos feitos por uma super banda e que sabe atravessar gerações.

Com quase seis décadas de vida, Humberto Gessinger lançou um disco coeso, bem produzido e que contou com um super time de músicos.

Humberto, Rafa Bisogno (bateria) e Felipe Rotta (guitarra) cantam as canções mencionadas acima e também “Vaga Semelhança”. “AEIOU”, composição do saudoso Bebeto Alves, tem a divisão de vocais de HG com o grande Duca Leindecker, além de guitarra de Marcelo Corsetti. Fernando Petry no baixo, Diego Dias nos teclados e Luigi Vieira na bateria se juntam a Gessinger para gravarem “Toxina” e “Um Brinde”, duas das minhas faixas favoritas do disco e que são extremamente importantes e atuais, ao falarem sobre os juízes canceladores da internet e a celebração de melhores tempos para nós no Brasil.

Com o tradicional trio acústico, temos Nando Peters no baixo e Paulinho Goulart no acordeon, que gravaram as canções “A Noite Inteira”, “Mais Que Sombras” e “Começa Tudo Outra Vez”, composição de Humberto em parceria com Roberta Campos e que traz uma letra mais romântica e uma melodia bem gostosinha de ouvir (inclusive há uma versão em dueto dos dois no disco da Roberta e que também vale à pena escutar).

Há também uma canção que Humberto toca tudo sozinho, “Fevereiro 13”, composta especialmente por sua filha Clara e que traz uma visão espirituosa do artista ao falar sobre o crescimento de um ser humano, através dos versos: “O final dos tempos é só um sinal dos tempo. Te desejo um futuro leve e cintilante, tú mereces tudo de bom e necessário”.

Foi uma grata surpresa escutar todas as 10 faixas de “Quatro Cantos de Um Mundo Redondo” e com certeza, vivendo nesta terra de gigantes e nesta infinita highway, nossa trilha sonora sempre terá algo muito especial. O álbum já está disponível nas plataformas digitais e à venda no site da Stereophonica.

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