sábado, 27, julho 2024
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Sonda da Nasa atinge asteroide a 11 milhões quilômetros da Terra em teste pioneiro de desvio de trajetória

Missão DART colidiu com a lua Dimorphos, que orbita o asteroide Didymos, mas não oferece risco de impacto com o planeta. Nasa investiu mais de US$ 330 milhões no programa.

Por: G1

Uma sonda da Nasa, a agência espacial americana, atingiu um asteroide nesta segunda-feira (26) em um teste da capacidade de desviar a rota de corpos celestes que, hipoteticamente, poderiam entrar em rota com a Terra no futuro. Entretanto, a Nasa afirma que não há ameaça do tipo conhecida contra o planeta.

O teste espacial ocorreu a cerca de 11 milhões de quilômetros da Terra e faz parte da chamada missão DART, ou Missão de Teste de Redirecionamento de Asteroide Binário (em tradução livre do inglês).

A sonda da agência espacial colidiu com a lua Dimorphos, que orbita um asteroide um pouco maior chamado de Didymos.

A agência espacial norte-americana fez uma transmissão ao vivo do momento em que a sonda colide com o asteroide — Foto: Nasa

A agência espacial norte-americana fez uma transmissão ao vivo do momento em que a sonda colide com o asteroide — Foto: Nasa

O sistema Dimorphos/Didymos não oferecia risco à Terra, segundo a Nasa, e foi escolhido por ser relativamente perto e por oferecer a possibilidade de monitorar se a mudança de trajetória foi obtida.

Nasa investiu mais de US$ 330 milhões no programa. A agência afirma que não há chance alguma que qualquer um dos asteroides represente um perigo para a Terra agora ou no futuro.

Segundo a Nasa, o impacto deve criar apenas uma cratera com dezenas de metros de largura e lançará um milhão de quilos de rocha e poeira no espaço.

“[Essa missão] não vai destruir o asteroide. Não vai transformá-lo em um monte de cacos”, lembra Nancy Chabot, cientista planetária que administra a iniciativa.

Segundo Thiago Signorini Gonçalves, professor de astronomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o destino escolhido é apenas uma “questão de conveniência”.

Ilustração do impacto da nave Dart, da Nasa. — Foto: ESA

“É um asteroide que fica relativamente próximo à Terra. Como o objetivo da missão é, em particular, testar a possibilidade de efetivamente desviar a órbita de um asteroide, é importante poder acompanhar a órbita posterior. Se fosse um asteroide muito distante, seria difícil fazer este acompanhamento”, explica.

Asteroide alvo

O asteroide alvo é chamado Dimorphos e está a cerca de 9,6 milhões de quilômetros da Terra.

O corpo celeste é bem pequeno, com cerca de 160 metros de diâmetro, e está ao lado de um asteroide maior, Didymos, que mede cerca de 780 metros.

Ilustração artística mostra comparação entre o asteroide Dimorphos e o Coliseu, em Roma. — Foto: ESA/Divulgação

Segundo Gonçalves, o tamanho da Dimorphos é até comum para asteroides encontrados no nosso Sistema Solar, mas, ao mesmo tempo, poderia causar um grande estrago se realmente estivesse em rota com a Terra.

“É uma oportunidade boa de conseguir acompanhar o efeito de um objeto que seria efetivamente o alvo de uma missão caso isso fosse realmente necessário, se a gente tivesse que desviar um asteroide”, disse.

Descoberto em 1996, o Didymos gira tão rápido que os cientistas acreditam que ele deslocou o material do qual formou sua lua, Dimorphos, que orbita a menos de 1,2 km de distância.

No entanto, com o sucesso da missão, a cratera que deve ser criada na Dimorphos pode gerar pela primeira vez uma chuva de meteoros criada artificialmente pelo homem.

O que é um asteroide?
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“A colisão deve gerar uma cratera de aproximadamente 10 metros nesse segundo componente do sistema binário, no asteroide menor, e esse material vai ser levantado. É possível que isso gere uma nova chuva de meteoros que poderá ser vista da Terra”, explicou o astrônomo.

A sonda Dart e o satélite LICIACube

A sonda é do tamanho de uma geladeira e pesa cerca de 570 kg.

Ela possui apenas um instrumento: uma câmera usada para navegar, selecionar o alvo e registrar sua última ação.

A alguns milhares de quilômetros atrás da Dart, estava o satélite LICIACube, que gravou impacto da nave no asteroide.

Segundo a ESA, a agência espacial europeia, o satélite possui duas câmeras para coletar imagens únicas da superfície do asteroide, bem como detritos ejetados da cratera recém-formada, fornecendo “provas fantásticas” do sucesso da missão.

Contudo, a agência ressalta que não deveremos ver um vídeo detalhado cena por cena da explosão.

O LICIACube observará a “pluma” de materiais ejetados apenas alguns minutos após o impacto, realizando seu sobrevoo a cerca de 55 km da superfície do asteroide.

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